Você já ouviu uma música tão tocante que sentiu um arrepio percorrer seu corpo? Ou talvez leu uma frase impactante, viu uma cena de filme ou presenciou um ato de gentileza tão profundo que sua pele se arrepiou? Essa reação é mais comum do que parece — e acredite, ela tem tudo a ver com o cérebro, a emoção e até a evolução humana.
O que é esse arrepio, afinal?
O nome técnico é frisson, uma palavra francesa que significa “calafrio”. Trata-se de uma resposta emocional intensa que provoca uma descarga de dopamina no cérebro — o mesmo neurotransmissor associado ao prazer. É como se o seu corpo dissesse: “Isso é importante. Preste atenção.”
Mas por que o corpo reage assim?
Os cientistas acreditam que essa reação tem raízes na nossa evolução. No passado, os arrepios ajudavam a manter o corpo aquecido quando os pelos se eriçavam — como ainda acontece com os gatos. Mas com o tempo, o ser humano desenvolveu uma sensibilidade estética e emocional que associou essa reação a momentos de impacto emocional.
Nem todo mundo sente isso. E isso é curioso.
Estudos mostram que apenas cerca de 55% das pessoas sentem esse tipo de arrepio emocional. Elas tendem a ter maior empatia, sensibilidade musical e até uma ligação mais profunda com a arte e o simbolismo. Ou seja: se você sente frisson com frequência, seu cérebro pode estar mais sintonizado com o lado sensível da vida.
Existe um lado artístico e até espiritual nisso tudo.
Músicos, escritores e cineastas usam essa resposta como ferramenta criativa. Eles sabem que certas notas, pausas, palavras ou imagens têm o poder de "mexer com a alma" — e é justamente esse arrepio que prova que a mensagem chegou.