No sábado, dia 05 de julho, está marcado para acontecer a tão aguardada segunda edição da “Vem Quem Queer”, a precursora do movimento LGBTQIA + em Canaã. Com início às 19h, o evento multicultural terá apresentações musicais com Tom Ferreira, Paula Couto e Thales sensação, além de DJs e muito mais! O evento será sediado no espaço Sim sem hora no vale dos sonhos III.
O fundador do coletivo Matheus Rodolfo comenta sobre realizar grandes eventos: “O nosso coletivo nasceu para ser grande e ser referência; inclusive temos como objetivo realizar a primeira passeata da comunidade LGBTQIA + em Canaã”. O assistente social também expressou sobre boicotes com viés ideológico à festa “[...] Ao tentarmos escolher espaços pra alugar pra esse evento, muitos são receptivos, mas quando falamos que é pra comunidade LGBTQIA+, aí vem as desculpas, os valores absurdos, porque sabem que não teríamos como pagar, além de outras estratégias para não nos atender”, mas ele reforça que não vai desistir “A gente não desanima e temos a plena certeza que futuramente teremos vez e voz nessa cidade”.
O coletivo fez nossa parcerias para essa edição, a empresária Patrícia do Socorro, dona do Over Hall acha importante eventos nesse nicho “[...]Esse tipo de ação (evento) é uma forma de dar visibilidade e demonstrar para a sociedade que devemos lutar pela a aceitação das pessoas, independentemente de sua orientação sexual e identidade de gênero” Patrícia, também falou sobre o ganho empresarial “[...] A inclusão LGBTQIA + no mercado de trabalho é um investimento que traz benefícios para as empresas e para o comércio como um todo”.
Com uma programação diversa envolvendo música ao vivo, o cantor Tom Ferreira, uma das atrações desta edição, falou como e para ele cantar pra sua comunidade “Recebo muita mensagem da galera com apoio motivacional no sentido de ‘ai que bacana você usou essa roupa’ ai ‘que bacana que você cantou essa música com essa letra’. Então, é muito importante sim, ter um artista LGBTQIA + Cantando”.
Por cantar brega e melody, Tom tem dificuldade para conseguir espaço como artista na região “Por ter pessoas de todo o canto do mundo o ritmo paraense não é o mais consumido mesmo sendo uma região do Pará, ainda luto pelo meu espaço por que existem poucos bares e casas de show que toquem o estilo que canto”, afirma o cantor.A Vem Quem Queer, valoriza formas de arte alternativas e amplia espaços para expressões culturais diversas.
Mikaelly da Silva foi uma das participantes da 1ª edição do evento conta como ela, uma mulher bisexual, se sente quanto ao evento queer. “Eu acho muito importante ter eventos voltados para o público LGBTQIA +. Porque é quando a gente se sente envolvido com a sociedade em que a gente pode estar incluso”, ela que já está animada para a segunda edição, falou como foi a primeira “Estou animada para esse ano! Além de ter suprido as nossas expectativas (a 1ª edição), a organização conseguiu trazer nossos artistas locais, foi ótimo”
Matheus e Mikaelly tem grande apreço por movimentos assim nascendo no município. O assistente social compartilha: “Eu me sinto extremamente feliz e realizado. Apesar de todas as situações, todos os boicotes, contratempos, nada se compara à sensação que tenho quando alguma pessoa LGBT + se sente acolhida pelo nosso coletivo”, Mikaelly deixa também uma mensagem para canaã “aceitar a diversidade não é só ter respeito, é diferente. Aceitar a diversidade é saber e entender que todos nós somos iguais ".
O Juventudes pela revolução é um dos únicos coletivos que luta pelos direitos LGBTQIA + na cidade, e vem crescendo a cada dia e alcançando novos espaços.